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Mostrando postagens de dezembro, 2006

'Ter que' e 'Ter de'

A língua portuguesa nos reserva muitas surpresas e curiosidades, principalmente quando estudamos sua evolução. Um exemplo disso é o nosso tema de hoje, uma dúvida muito comum. Qual frase está correta: “o local teve que ser evacuado” ou “o local teve de ser evacuado”? Vamos entender como isso funciona. 1. Os gramáticos conservadores admitem apenas a forma “ter de” como correta para expressar uma obrigação, uma necessidade. Exemplos: “temos de comprar o remédio”, “tenho de escovar os dentes”, “tive de pagar a dívida”. 2. Já “ter que” seria usado quando se subentende algo antes do “que” (“ter coisas que”). Exemplos: “Ela tem muito que fazer”, isto é, “Ela tem muitas coisas que fazer”; “Tenho muito que aprender”, isto é, “Tenho muitas coisas que aprender”. 3. Ao longo do tempo, o “que” passou a ser usado também em contextos de obrigatoriedade, no lugar do “de”. Por conta dessa evolução, atualmente se aceita as duas formas como corretas, no entanto, o que se observa é que a forma “ter que”

'Ano-novo' ou 'Ano novo'?

Depende. “Ano novo”, sem hífen, significa o ano seguinte. Para se referir à festa ou ao momento da passagem do ano, escrevemos “ano-novo” (com plural: “anos-novos”). O hífen marca a união de duas palavras que, juntas, formam outra com sentido independente. Feliz ano novo!

'1º de janeiro' ou '1 de janeiro'?

A primeira forma é a única correta. A norma oficial para escrever a data em algarismos é 1º de janeiro, por se tratar do primeiro dia do mês, e não “1” ou “01”. Em atas e documentos oficiais em que a data é escrita sempre por extenso, ficaria: “no dia primeiro de abril de dois mil e seis”.

A palavra “Natal”

Todos sabemos o que se comemora no Natal, o seu sentido, e que ele desperta nas pessoas bons sentimentos, às vezes esquecidos ao longo do ano. Mas como essa palavra tão lida, escrita e dita chegou a nossa língua? Qual é o seu significado? Em que contextos é usada? Vamos entender como isso funciona. 1. “Natal” é uma palavra de origem latina. Em latim, havia a expressão “dies natalis” ou “natalis”, que significava o dia de nascimento de alguém. A forma reduzida “natalis” passou por uma mudança fonética (de som) ao longo do tempo e chegou a nossa língua como “natal”. 2. Os dicionários registram essa palavra como adjetivo e como substantivo. 3. Como adjetivo, “natal” significa o que é relativo ao nascimento (“terra natal”). 4. Como substantivo, significa o dia do nascimento ou um cântico natalino de origem medieval. Escrito com letra maiúscula, “Natal” refere-se à festa do nascimento de Jesus, celebrada no dia 25 de dezembro. 5. A palavra “natal” deu origem a “pré-natal” (“exame pré-nat

'Sumidade' ou 'Assumidade'?

A primeira forma é a correta. De acordo com o dicionário “Houaiss”, sumidade significa “ponto mais alto de (algo); cumeeira, cume, cimo”; “indivíduo que se destaca pelo seu saber, seu talento, sua erudição”; e “extremidade dos ramos das plantas”. A palavra “assumidade” não existe.

'Papai Noel' ou 'Papai-noel'?

As duas formas estão corretas. “Papai Noel” é a personagem lendária e a pessoa vestida como tal (“O Papai Noel chegou de trenó”). Já “papai-noel” é o presente natalino (“Não sei o que vou escolher de papai-noel”). Os plurais são, respectivamente, Papais Noéis e papais-noéis.

'Fim de ano' ou 'Final de ano'

O Natal e as festas se aproximam, mas nem mesmo nessa época de férias escolares e de descanso as dúvidas com relação à língua portuguesa deixam de aparecer. Afinal, o que vamos comemorar? As festas de fim de ano ou de final de ano? Qual das duas é a mais correta? Vamos entender como isso funciona. 1. O uso das duas formas é freqüente tanto na fala quanto na escrita. No entanto, se analisarmos as estruturas, concluiremos que “fim de ano” é mais correto que “final de ano”. 2. “Fim” é substantivo; “final”, adjetivo. Para sabermos qual classe de palavras se “encaixa” melhor nessa estrutura, basta trocar as palavras “fim” e “final” pelos antônimos “início” (substantivo) e “inicial” (adjetivo). A forma correta logo aparecerá. 3. Seria “inicial de ano”? Não, claro. É estranho demais aos nossos ouvidos. 4. Mas não é estranho “início de ano”. Isso porque um substantivo se encaixa melhor nessa estrutura do que um adjetivo. 5. Podemos seguir a mesma linha de raciocínio em outros casos parecidos.

'Líquido' ou 'Líqüido'?

As duas formas estão corretas. Este é um caso de trema facultativo, assim como sanguíneo/sangüíneo, liquidação/liqüidação, em que há a opção de se pronunciar a semivogal “u”. O trema é obrigatório nas palavras em que a semivogal “u” dos grupos “gue”, “gui”, “que” e “qui” é pronunciada.

'A fim' ou 'Afim'?

As duas formas estão corretas. “A fim” é usado para indicar interesse por algo: “Você está a fim de conversar?” ou para indicar um objetivo: “Estudei a fim de passar de ano”. “Afim” expressa afinidade: “A loja possui linhas, panos e afins” (outros produtos que têm afinidade com esses).

Concordância com “maioria”

Na hora de falar ou escrever, muita gente “enrosca” para fazer a concordância do verbo. A dúvida aparece principalmente diante de expressões partitivas, como “a maioria dos(as)” e “a maior parte dos(as)”. Quando o verbo deve estar no singular e quando deve estar no plural? Vamos entender como isso funciona. 1. Na língua padrão, predomina a concordância com o núcleo da expressão (“maioria”), ou seja, a flexão do verbo no singular (“a maioria das pessoas gosta de festas”), mas também há registros em que o verbo concorda com o especificador do núcleo (“a maioria das pessoas gostam de festas”). No primeiro caso, a ênfase é dada ao núcleo da expressão; no segundo caso, ao especificador. 2. Outras expressões que entram nesse caso de concordância: grande parte dos(as), a metade dos(as), a maior parte dos(as). 3. Há casos em que aparece um “que” depois desse tipo de expressão partitiva. Como será a concordância do verbo? “A maioria das pessoas que é animada gosta(m) de festas” ou “a maioria da

Super-

No super Brasil, os super jovens que super têm um super acesso à super internet super fazem um super uso do super “super-” para super expressarem suas super idéias. Apesar desse uso irrestrito, “super-” é um prefixo da língua portuguesa e tem regras para se ligar às palavras. Vamos entender como isso funciona. 1. De acordo com a gramática da língua portuguesa, os prefixos precisam se ligar (com ou sem hífen) às palavras porque são unidades que não têm sentido independente. 2. O prefixo “super-”, citado na introdução, deve se ligar com hífen quando a palavra seguinte for iniciada pelas consoantes “h” e “r” ou quando for um nome próprio. Exemplos: “super-herói”; “super-relógio”; “super-Brasil”. Para as palavras iniciadas por vogais ou outras consoantes, o “super-” se liga sem hífen. Exemplos: “superjovens”; “superacesso”. 3. Apesar de essas regras serem claras e simples, é freqüente o uso errado, principalmente no ambiente da internet, de “super-” como uma palavra independente, sem ligaç