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Mostrando postagens de janeiro, 2007

'Raíz' ou 'Raiz'?

A segunda forma é a correta. Relembrando a regra, são acentuadas as palavras que tenham hiato (duas vogais que pertencem a sílabas diferentes) e que a segunda vogal seja um “i” ou “u” tônico sozinho ou acompanhado de “s”. “Raiz” não tem acento porque o “i” está junto do “z” (“ra-iz”).

Que dia é hoje?

Embora seja uma pergunta do cotidiano de todos nós, formular a resposta pode nos deixar com a seguinte dúvida: hoje é 28 ou hoje são 28? Adiantamos, desde já, que as duas formas são corretas, só depende de como entendemos a pergunta e montamos a resposta. Vamos entender como isso funciona. 1. “Hoje são 28” Essa é a construção preconizada pelos conservadores e corresponde a outra mais desenvolvida: “hoje são (passados) 28 (dias do mês) de janeiro”. Como nessa oração não há sujeito (“hoje” não é sujeito, e sim advérbio), o verbo “ser” concorda como predicado, “28 de janeiro”, que é plural. 2. Hoje é 28 Também está correta essa construção. Nesse caso, está subentendida a expressão “o dia”, por isso se justifica o verbo ser no singular: “hoje é (o dia) 28 de janeiro”. Essa oração equivale a “hoje é o 28º dia do mês de janeiro” – a diferença é que na primeira oração o numeral cardinal (28) substitui o ordinal (28º). 3. Na verdade todo o problema se resume na concordância do verbo “ser

'10 euro' ou '10 euros'?

A segunda forma é a correta. Muitas pessoas pensam que a palavra “euro” é invariável, ou seja, não possui plural. Não é bem assim: euro tem plural assim como dólar, real, iene e todas as outras moedas. Cada país faz o plural das unidades monetárias de acordo com as regras de sua língua.

'O churro' ou 'O churros'?

A primeira forma é a correta. O plural é o mais conhecido, mas o singular “churro” também existe e é certo. A concordância é feita como a maioria dos substantivos: “o churro” e “os churros”. O mesmo vale para o salgado chamado “rissole”: “o rissole” e “os rissoles” – sempre escrito com “ss”.

'A cerca de' e semelhantes

Há palavras e expressões que só geram dúvida na hora de escrever. Esse é o caso das formas: “a cerca de”, “há cerca de” e “acerca de”. Embora sejam diferentes, na fala não há erro porque todas têm a mesma pronúncia, mas na escrita precisamos saber eleger a forma correta. Vamos entender como isso funciona. 1. “A cerca de” e “cerca de” são locuções que equivalem a “perto de”, “aproximadamente”. Exemplos: “A torcida ficava a cerca de 20 metros dos jogadores” e “Cerca de 200 pessoas estavam presentes”. É importante ressaltar que, por indicar um número ou valor aproximado, “a cerca de” não deve acompanhar um número quebrado. 2. Agora que sabemos que “cerca de” significa aproximadamente, se colocarmos o verbo “haver” antes dessa locução, teremos uma expressão correspondente a “faz aproximadamente”, “desde mais ou menos”. Exemplos: “O ônibus partiu há cerca de 15 minutos” (“faz aproximadamente”) e “A loja está aberta há cerca de seis meses” (“desde mais ou menos”). 3.A locução “acerca de” cor

'De mais' ou 'Demais'?

As duas formas são certas, mas cada uma em um contexto, pois têm significados diferentes. “De mais” é uma locução que significa “a mais”, o oposto de “a/de menos” (ex.: Comprei livros de mais.). Já “demais”, uma palavra só, tem o sentido de “demasiadamente”, “em excesso”, “muito” (ex.: Comi demais.) e também tem o sentido de “os outros” (ex.: Chegaram 20 pessoas; os demais estão atrasados.). (texto reformulado em 29/11/2011)

Fui eu que fiz

“Foi eu que fiz”, “Fui eu que fiz” ou “Fui eu quem fez”? Esses tipos de construção sempre nos deixam em dúvida nos piores momentos, geralmente na hora da fala. Mas a notícia é boa: duas das três formas estão corretas. Vamos analisar as estruturas uma por uma e entender como isso funciona. 1. Comecemos pela forma que está incorreta: “Foi eu que fiz”. O erro está na concordância do verbo “ser” porque está conjugado na terceira pessoa, quando deveria estar na primeira pessoa, concordando com “eu”. 2. Agora que já sabemos que o início será sempre “fui eu”, temos de escolher entre dois pronomes: “que” ou “quem”. 3. Em “fui eu que fiz”, o “que” retoma o sujeito da primeira oração (“eu”), portanto, a concordância do verbo “fazer” também deve ser na primeira pessoa (“eu fiz” – “que fiz”). No caso de plural, teremos “fomos nós que fizemos”. 4. Já em “fui eu quem fez”, temos o pronome “quem”, que é da terceira pessoa do singular, portanto, o verbo também deve estar conjugado na terceira pessoa:

'Torácica' ou 'Toráxica'?

A primeira forma é a correta. Tórax é escrito com “x”, mas o adjetivo “torácico” é com “c”. O mesmo ocorre com as palavras terminadas em “z” (feliz, voraz, veloz) cujo som é de “s”. Para manter esse som de “s”, as palavras derivadas são escritas com “c”: felicidade, voracidade, velocidade.

'Ter que' e 'Ter de'

A língua portuguesa nos reserva muitas surpresas e curiosidades, principalmente quando estudamos sua evolução. Um exemplo disso é o nosso tema de hoje, uma dúvida muito comum. Qual frase está correta: “o local teve que ser evacuado” ou “o local teve de ser evacuado”? Vamos entender como isso funciona. 1. Os gramáticos conservadores admitem apenas a forma “ter de” como correta para expressar uma obrigação, uma necessidade. Exemplos: “temos de comprar o remédio”, “tenho de escovar os dentes”, “tive de pagar a dívida”. 2. Já “ter que” seria usado quando se subentende algo antes do “que” (“ter coisas que”). Exemplos: “Ela tem muito que fazer”, isto é, “Ela tem muitas coisas que fazer”; “Tenho muito que aprender”, isto é, “Tenho muitas coisas que aprender”. 3. Ao longo do tempo, o “que” passou a ser usado também em contextos de obrigatoriedade, no lugar do “de”. Por conta dessa evolução, atualmente são aceitas as duas formas como corretas, no entanto, o que se observa é que a forma “ter que

'Estar em férias' ou 'Estar de férias'?

A primeira forma é a correta. Assim como estamos “no” mês de janeiro, os estudantes que não estão “em” recuperação estão “em” férias, isto é, “no” período de férias, por isso a preposição “em” e não a “de”. Com os verbos “entrar” e “sair” usamos “de” (“entrei de férias” / “saí de férias”).