Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2006

'A partir' ou 'À partir'?

A primeira forma é a correta. Relembrando a formação da crase, é necessária a presença da preposição “a” e do artigo “a(s)” para que ela aconteça. Como não há artigo antes de verbos, a crase não ocorre nesses casos. Então, o correto é: “a papelaria tem produtos A PARTIR de R$ 5”.

'De menor' ou 'Menor'?

Juridicamente, não é aceita a forma “de menor”. Nem mesmo se se considerar “de menor” como modo abreviado da expressão “de menor idade”, pois se trata de uso coloquial. Mas podemos dizer “Fulano é menor” (sem a preposição “de”), que seria a redução de “Fulano é menor de idade”.

Modismos

Toda língua falada constitui um sistema em constante mutação. Isso porque todos os dias novas palavras e expressões são incorporadas na fala e muitas delas viram modismos, como aconteceu com “a nível de”, condenada pelos gramáticos, porém muito usada hoje em dia. Vamos entender como isso funciona. 1. Pelo fato de não ter um significado consistente e ser desnecessária para o entendimento do que se diz, os gramáticos condenam o uso de “a nível de”. É considerada uma “muleta” para se expressar, talvez com a intenção de parecer mais erudito, mas o resultado é, sem dúvida, uma falsa sofisticação. 2. Agora, sabendo que essa locução não é aceita pela norma culta, vejamos alguns contextos em que ela é utilizada e como pode ser substituída. 3. Com sentido de abrangência: “O projeto será implantado a nível mundial” - “terá abrangência mundial”. Para expressar status: “As mudanças serão feitas a nível presidencial” - “serão feitas na presidência”. Para referir-se a um tópico: “A nível de repertór

'Semi-novo' ou 'seminovo'?

O correto é seminovo, pois o prefixo “semi” só tem hífen diante de vogais, “h”, “r” e “s”. Exemplos: semi-árido e semicírculo. Por que, então, não podemos escrever semi novos? É simples: porque “semi”, sendo um prefixo, não tem sentido autônomo e precisa estar junto a outra palavra.

Saudações

Todas as cidades, especialmente as turísticas, desejam receber bem seus visitantes. Na entrada de muitas delas, lemos algumas saudações que “assustam” o visitante pela forma como são escritas. Bem vindo, bemvindo ou bem-vindo? Com ou sem crase no “a” que vem depois? Vamos entender como isso funciona. 1. Para receber bem, a saudação é “bem-vindo”. O advérbio “bem” passa a ter valor de prefixo, e, como tal, para se ligar à palavra seguinte, precisa do hífen na formação de uma palavra composta. Seu plural fica assim: “bem-vindos”. É bom lembrar que a forma “Benvindo” serve somente para nome de pessoas. 2. Agora, “bem-vindo a” ou “bem-vindo à”? A crase, como já sabemos, ocorre na presença da preposição “a” e do artigo “a(s)”. Deste modo, se a palavra que vier depois for feminina e precisar de um artigo, haverá crase. Exemplo: “Bem-vindo à Bahia!”. Se a palavra for masculina e também pedir o artigo, ficará assim: “Bem-vindo ao Rio Grande do Sul!”. 3. Se a palavra não precisar de um artigo,

'Onde' ou 'Aonde'?

As duas formas são corretas. Mas quando empregar cada uma delas? Usamos “onde” quando o verbo a que ele está relacionado exige a preposição “em”: “ONDE [em que lugar] coloquei minhas meias?”. E usamos “aonde” diante de verbos que exigem a preposição “a”: “Vou AONDE ele for”.

Idéias a favor ou contra

Em campanha, ouvimos um político dizer que suas idéias vão “de encontro ao” que o povo deseja, enquanto outro diz que suas ações vão “ao encontro do” que todos querem. Estas expressões têm sentidos opostos. Quem acertou ao falar sobre seu programa de governo? Vamos entender como isto funciona. 1. “De encontro a” tem o sentido de oposição, de choque. Quando se diz que um carro foi de encontro a outro, significa que ele chocou-se com outro. Sendo assim, os políticos que usam esta expressão equivocam-se, afinal, nenhum deles quer que suas obras sejam contrárias aos desejos do povo. 2. “Ao encontro de” tem o sentido de aproximação, usamos para designar uma situação favorável. Portanto, os políticos que usam esta expressão para afirmar que suas ações favorecem a população estão corretíssimos. 3. Infelizmente, o caráter de um político não pode ser medido pelo erro ou acerto no uso destas expressões, mas sim pelos atos ao longo de sua vida pública. Daí a importância de estarmos sempre

'O óculos' ou 'Os óculos'?

A segunda forma é a correta. Você deve pedir sempre “pelos óculos”. No plural. A explicação é simples: “óculos” é uma palavra que só é usada no plural, assim como “parabéns”, “condolências”, “núpcias” e “cócegas”, entre outras. Sendo assim, “vou encomendar MEUS ÓCULOS hoje”.

Vendas e locações

A atividade do mercado imobiliário pode ser considerada um reflexo da situação econômica. Quando esse mercado está aquecido, a economia vai bem e vemos pelas ruas muitas placas de vendas e locações. Cada uma escrita de um jeito. Daí a dúvida: “Vende-se casas” ou “Vendem-se casas”? Vamos entender como isso funciona. 1. Neste caso, desfazer a dúvida é bem simples: basta colocar a oração na ordem direta. “Casas são vendidas”, logo, notamos que “casas” é o sujeito da oração na voz passiva e por isso o verbo deve ir para o plural, concordando com o sujeito. O mesmo vale para “alugar”. 2. Essa é uma exigência da gramática normativa, mas... 3. O uso popular é este: “conserta-se relógios” e “aluga-se quartos” – isso porque as pessoas sentem a construção como na voz ativa, com um sujeito ativo (“alguém vende casas”) e não com um sujeito passivo (“casas são vendidas”). Entretanto, embora essas formas no singular já tenham sido muitas vezes documentadas em textos de bons autores, a gramática norm